Septuaginta

[geral]

Como esta versão do Velho Testamento é constantemente mencionada nas obras bíblicas, um breve relato é aqui incluído. Seu nome surgiu da tradição de que a tradução foi feita por setenta judeus (ou setenta e dois, seis de cada uma das doze tribos); mas isso é considerado improvável. No entanto, é frequentemente referido simplesmente pelo numeral LXX.

Acredita-se que tenha sido feito em Alexandria e iniciada por volta de 280 a.C. A tradução foi feita por judeus alexandrinos e por pessoas diferentes. Algumas partes são consideradas uma tradução melhor do que outras, sendo o Pentateuco considerado a melhor, e a parte histórica melhor do que a poética, exceto os Salmos e os Provérbios. Foi considerado que o MSS hebraico usado na tradução não tinha os pontos vocálicos encontrados nas Bíblias hebraicas modernas, nem quaisquer divisões entre as palavras. Isso pode explicar algumas das diferenças entre o hebraico e o grego, mas há variações, cuja origem não pode agora ser determinada. As muitas citações da LXX adotadas pelo Senhor Jesus e pelos escritores do Novo Testamento, tornam evidente que era então de uso comum, e sua linguagem em grande medida influenciou aquela empregada no Novo Testamento. Os principais manuscritos unciais são os Codex Vaticanus, Alexandrinus, Sinaiticus e Ephraemi; com várias cópias cursivas. O Vaticanus é o manuscrito geralmente impresso, com mais ou menos das várias leituras. (Este foi traduzido para o inglês por Sir Charles Brenton e publicado pelos Srs. Bagster, que também publicou a Handy Concordance of the Septuagint. A Oxford Press tem uma concordância completa, incluindo os apócrifos.)

O Velho Testamento hebraico também foi traduzido antigamente para o grego por Aquila, Symmachus e Theodotion, mas desses apenas fragmentos permanecem na hexapla de Orígenes, exceto Daniel de Teodoção, que é geralmente preferido à tradução desse profeta pela LXX.

A Septuaginta nunca pode substituir as Escrituras Hebraicas; mas muitas vezes é útil mostrar como os judeus daquele período inicial, que entendiam tanto o hebraico quanto o grego, traduziram muitas das palavras ou sentenças; bem como para ver até que ponto o Senhor e Seus apóstolos citaram essa versão literalmente, ou como suas citações diferiam dela. Veja: Citações.



[pontos vocálicos]

N. do T.: O hebraico antigo não possuía um sistema de vogais. Com a necessidade de distinguir algumas palavras, certas consoantes foram utilizadas como indicadores de vogais. Estas consoantes são conhecidas como matres lectionis (mães de leitura). Como o sistema de matres é limitado, com o tempo foram desenvolvidas diversas técnicas de vocalização dos textos hebraicos. A que mais se destacou foi o sistema de nekudot (pontos), assim chamados por consistir em pontos e traços, colocados sobre, sob e entre as consoantes para representar as vogais e não alterarem o tamanho do texto. P.ex.: אֻ אֺ אִ אֶ אֵ אַ אָ א