Apócrifo
[geral]
O nome dado aos livros que foram anexados às cópias MSS33 da LXX (Septuaginta), mas que não fazem parte do cânon da Escritura. O próprio termo significa “escondido”, “secreto”, “oculto”; e, quanto a qualquer pretensão de fazer parte da Escritura, eles devem ser definidos como “espúrios”. Existem tais escritos relacionados tanto ao Velho quanto ao Novo Testamento, mas geralmente o termo “Apócrifo” se refere ao Velho Testamento (para aqueles relacionados com o Novo Testamento (Veja: Pais Apostólicos). Os livros apócrifos do Velho Testamento são:
- I Esdras.
- II Esdras.
- Tobias
- Judite.
- Capítulos de Ester, não encontrados no hebraico nem no caldeu.
- Sabedoria de Salomão.
- Sabedoria de Jesus, filho de Siraque; ou Eclesiástico.
- Baruque, incluindo a epístola de Jeremias.
- Cântico dos Três Jovens.
- A História de Susana.
- Bel e o Dragão.
- Oração de Manassés.
- I Macabeus.
- II Macabeus.
O Concílio de Trento em 1546 d.C., professando ser guiado pelo Espírito Santo, declarou os Apócrifos como parte da Sagrada Escritura. Os quatorze livros acima faziam parte da Versão Autorizada em Inglês de 1611, mas agora raramente são anexados aos livros canônicos. Além dos acima, existem alguns outros, como os Macabeus III, IV e V, o livro de Enoque, etc., não considerados por ninguém como parte da Escritura.
Pode ser notado que:
- Os livros canônicos do Velho Testamento foram escritos em hebraico (exceto partes de Esdras e Daniel que foram escritos em Caldeu); enquanto os apócrifos chegaram até nós apenas em grego ou latim, embora Jerônimo diga que alguns deles foram vistos em hebraico.
- Embora se suponha que os apócrifos tenham sido escritos não depois de 30 a.C., o Senhor nunca, de forma alguma, Se refere a qualquer parte deles; nem qualquer um dos escritores do Novo Testamento, embora tanto o Senhor quanto os apóstolos citem constantemente os livros canônicos.
- Os judeus não receberam os apócrifos como fazendo parte da Escritura, e “aos judeus foram confiados os oráculos de Deus”.
- Como alguns dos livros espúrios foram adicionados à versão da LXX (o Velho Testamento em grego) e à tradução latina da LXX, alguns dos primeiros escritores Cristãos estavam em dúvida se deveriam ser recebidos ou não, e essa incerteza existia em parte até que o já mencionado Concílio de Trento decidiu que a maior parte dos Apócrifos deveria ser considerada canônica. Felizmente, naquela época, a Reforma abrira os olhos de muitos Cristãos para a extrema corrupção da igreja de Roma e, ao rejeitar as reivindicações dessa igreja, eles também foram libertos do julgamento dela quanto aos livros apócrifos.
- As evidências internas da autoria humana dos Apócrifos devem convencer qualquer Cristão de que eles não podem fazer parte da Sagrada Escritura.
Expressões dos próprios escritores mostram que eles não pensavam que seus livros fossem tidos como Escritura. Também há neles contradições comuns às produções humanas. Neles também se encontram más doutrinas: basta uma: “A esmola livra da morte e purga todo o pecado” (Tobias 12:9). O valor da Sagrada Escritura como fonte da verdade é tal que qualquer coisa que possa contaminar aquela fonte deve ser recusada com decisão e desprezo. Algumas partes dos livros apócrifos podem ser verdadeiras como história, mas em todos os outros aspectos devem ser recusados como espúrios. Nem pode ser admitido que necessitamos do julgamento da igreja, imaginando que um julgamento universal pudesse ser alcançado, quanto ao que deve ser considerado como o cânon da Escritura. A Bíblia carrega suas próprias credenciais ao coração e consciência dos santos que estão dispostos a permitir que seu poder seja sentido.
[33]
N. do T. Manuscrito, do latim manus scriptus é algo “escrito à mão”, Sua abreviação é MS e o plural MSS.