Ofertas, As

[geral]

Os sacrifícios descritos no Velho Testamento mostram a base e os meios de se aproximar a Deus. São todos figuras, sem valor em si mesmos, mas prenunciam Cristo, Aquele que cumpriu todos. São quatro as ofertas principais: o holocausto (a oferta queimada), a oferta de manjares, a oferta pacífica e a oferta pelo pecado, com a qual a oferta pela culpa pode ser associada. Esta é a ordem em que são dados nos capítulos iniciais de Levítico, onde temos seu significado apresentado do lado de Deus, começando com Cristo em devoção à glória de Deus até a morte, e descendo para prover a necessidade do homem culpado. Se a questão for sobre como um pecador se aproxima a Deus, a oferta pelo pecado deve necessariamente vir primeiro: a questão do pecado deve ser resolvida na consciência antes que aquele que se aproxima possa estar na posição de um adorador.

As ofertas, em um aspecto, se dividem em duas classes, a saber, as ofertas de cheiro suave, apresentadas por adoradores, e as ofertas pelo pecado, apresentadas por aqueles que pecaram, e que precisavam ser restaurados à posição de adoradores. Mas, mesmo na oferta pelo pecado, a gordura era queimada no altar de cobre, e uma vez se diz que era para um cheiro suave (Lv 4:31), formando assim um elo com o holocausto. As ofertas de cheiro suave representam a oferta perfeita de Cristo de Si mesmo a Deus, em vez de colocar os pecados sobre o substituto pelo Senhor.

Os vários tipos e sexo dos animais apresentados nas ofertas pelo pecado são proporcionais à medida de responsabilidade em Levítico 4 e à habilidade do ofertante em Levítico 5. Assim, o sacerdote ou toda a congregação para uma oferta pelo pecado tinha que trazer um novilho, mas uma cabra ou um cordeiro bastava para alguém do povo. Nas ofertas de cheiro suave o ofertante era deixado livre para escolher uma vítima, e o valor diferente dos animais oferecidos evidenciava a medida de apreciação do sacrifício: assim, se um homem rico trouxesse uma ovelha em vez de um novilho, isso seria mostrar que ele subestimou os privilégios ao seu alcance.

O sangue era aspergido e derramado; não era para ser comido; o sangue era a vida, e Deus o reivindicou (compare Lv 17:11). A gordura das ofertas deveria ser sempre queimada, pois representava a ação espontânea e enérgica do coração de Cristo para com Deus (Sl 40:7-8). O fermento, que sempre significa o que é humano e, portanto, o mau (pois se o elemento humano é introduzido e atua nas coisas de Deus, isso é mau), nunca poderia ser queimado no altar a Deus, nem estar em qualquer uma das ofertas, exceto em uma forma especial de oferta de manjares (Lv 23:16-21), e no pão que acompanha a oferta pacífica (Lv 7:13). O mel era proibido na oferta de manjares, pois indicava mera doçura humana. O sal devia ser adicionado à oferta de manjares e usado nos corbãs (Lv 2:13; Ez 43:24). O sal é conservante e dá sabor (Nm 18:19; 2 Cr 13:5; Cl 4:6). O peito da vítima pode ser considerado símbolo do amor e o ombro, símbolo da força.

As principais palavras hebraicas usadas em referência às ofertas são:

  1. Olah, Alah, de “fazer subir”. Traduzida como holocausto.
  2. Minchah, de “uma dádiva, presente, oblação”. Traduzida oferta de manjares (ARC – ARA). Outros preferem traduzi-la como oferta de cereais (TB – AIBB) ou de alimentos (ARF).
  3. Shelem, de “ser inteiro, completo”, estar em paz, na amizade com qualquer pessoa. Traduzida como oferta pacífica. A forma comum é plural e pode ser traduzida como “oferta de prosperidade”.
  4. Chattath, de “para o pecado”. Traduzida constantemente como oferta pelo pecado.
  5. Asham, de “ser culpado”. Traduzida como oferta pela culpa (ARA) ou expiação da culpa (ARC).
  6. Tenuphah, de “levantar e abaixar, onda”. Traduzida como oferta de movimento.
  7. Terumah, de “ser levantado”. Traduzida como oferta alçada.

Quanto à queima dos sacrifícios, diferentes palavras hebraicas são empregadas. Além da palavra alah, mencionada acima, a palavra qatar é comumente usada para queimar no altar: significa “queimar incenso”, “fumigar”. Mas onde o cadáver da oferta pelo pecado foi queimado, a palavra usada é saraf, que significa “queimar, consumir”. Assim, o que sobe como um cheiro suave é distinto do que é consumido sob o julgamento de Deus.