Naum, O Livro de
[bíblia]
Nada se sabe sobre a história pessoal deste profeta: ele é chamado de “o elcosita”, que supostamente se refere a um lugar chamado Elcos na Galileia. Não há referência a datas na profecia, mas geralmente é colocada por volta de 714 a.C., quando Senaqueribe invadiu a Judeia (2 Rs 18:13). A profecia é contra Nínive e prediz sua destruição, embora, como outras profecias, tenha uma aplicação para o futuro, quando a “Assíria” será novamente o inimigo declarado de Israel.
A profecia começa com o caráter do Senhor em governo. Ele é tardio em irar-Se, mas é zeloso e Sua vingança é cheia de furor. Ele é bom e um refúgio seguro no dia da angústia para os que n’Ele confiam; mas, quanto a Seus inimigos, com uma inundação transbordante, Ele acabará totalmente com seu lugar. Não apenas a destruição de Nínive é predita, mas a nação assíria também chegaria ao fim.
Aquele que saiu para oprimir Israel era um conselheiro perverso, que imaginou o mal, não só contra Judá, mas contra o Senhor; ele seria exterminado. Compare a linguagem insultuosa de Rabsaqué, o general do rei da Assíria: primeiro ele disse que o Senhor o havia enviado, e então tratou o Deus de Israel como se não fosse melhor do que os deuses pagãos, que não foram capazes de proteger seus adoradores (2 Rs 18:25, 32-33). Mas havia boas notícias para Judá; Deus quebraria o jugo da Assíria de seus pescoços. Eles podem manter suas festas solenes. O inimigo não passaria mais por ela. O que aconteceu nos dias de Ezequias foi apenas uma figura do cumprimento deste capítulo nos últimos dias (compare Na 1:10; 2 Rs 19:35); e, dessa forma, vemos o alcance da profecia e não simplesmente os eventos imediatos que a originaram.
Naum 2 diz respeito diretamente à cidade de Nínive. Deus permitiu que Jacó fosse disciplinado e “esvaziado”; mas agora Nínive deve ser tratada. É exortada a fazer valer a sua defesa, mas as portas dos rios serão abertas, e o palácio será dissolvido. Aqui não são as “portas da cidade”, como quando a Babilônia foi tomada, mas “as portas dos rios”. Isso pode se referir ao Tigre e aos canais que irrigavam a cidade. O transbordamento do rio, dizem, causou uma brecha nas paredes de tijolos secos ao Sol.
“Huzabe está descoberta; será levada cativa” (Na 2:7). Este nome é considerado por alguns como um símbolo de Nínive, aquela “estabelecida” ou “considerado inexpugnável”, como na margem da versão King James; outros, entretanto, acreditam que se refere à rainha que governava, que seria levada cativa com suas criadas. O despojo obtido em muitas guerras era grande, mas agora deveria enriquecer outros. A referência aos leões, ao estrangulamento e ao enchimento dos covis com despojo, possivelmente se aplicava às crueldades que os assírios infligiam a seus prisioneiros e que são representadas por eles próprios em seus monumentos. Verdadeiramente, como dito em Naum 3, era uma “cidade ensanguentada”. Os versículos a seguir, como também Naum 2:3-4, mostram que era uma nação guerreira, sempre procurando enriquecer com o despojo de outras nações, entre as quais estavam Israel e Judá. Não apenas seria derrubada, mas seria tornada vil e um objeto de espetáculo. Naum 3:8-10 mostra que, como a populosa “Nô” (a renomada Tebas, com seus cem portões), havia sido reduzida a nada (provavelmente por Sargão, rei da Assíria), assim também Nínive deveria cair. Os portões da terra seriam deixados abertos para seus inimigos, e como o pulgão, a locusta e o gafanhoto destroem a vegetação, assim seria sua desolação. O fogo é mencionado várias vezes, e as explorações que foram feitas nas ruínas de Nínive provam abundantemente que o fogo fez seu trabalho destrutivo. As denúncias terminam com: “Não há cura para a tua ferida; a tua chaga é dolorosa; todos os que ouvirem a tua fama baterão as palmas sobre ti; porque sobre quem não passou continuamente a tua malícia?” As ruínas mostram quão completo e final foi o juízo de Deus sobre a cidade culpada. Veja: Nínive.