Apêndice 13. Adorar, Servir.
A palavra de uso mais frequente para adoração é προσκυνέω – proskuneó (g4352), que provém de προσ – pros (g4314) “encurvar-se ou agachar-se” e κυνέω – kuneó “beijar”. Seu primeiro uso na Escritura é em Gn 18:2 (LXX), quando Abraão se prostrou em terra (ARA). Veja também Gn 19:1 (ARA). Jó 31:27 pode fazer referência a um ato de adoração. O termo inclui todos os atos de honra exterior, como ajoelhar-se, prostrar-se, que foram prestados a reis e outros superiores, bem como a uma Pessoa divina, ou um considerado como tal (Mt 18:26; Jo 4:22-23; At 7:43, 10:25; Ap 3:9, 13:12, 15, 16: 2, 19:10, etc.). De modo que a palavra em si mesma não determina se a homenagem é prestada a Deus (que é seu uso mais constante) ou não. Pode ser traduzida na maioria das passagens como “homenagear”.
λατρεύω – latreuó (g3000) é outra palavra traduzida como “adoração”. Entretanto, a tradução usual é “servir”.
Conectada como a palavra está com λάτρον – latron, “contratar”, sua força original é “servir por contrato”, não por coerção como um escravo. Mas o grego bíblico elevou a palavra, com seu substantivo λατρεία – latreia (g2999) – “serviço”, a um uso mais elevado, de modo a nunca expressar qualquer outro a não ser o serviço a Deus ou a falsos deuses. Assim, corresponde mais plenamente ao presente sentido de “adoração”, e todo verdadeiro serviço compartilha desse caráter. O Senhor enfrenta a oferta dos reinos do mundo por parte de Satanás – “se, prostrado, me adorares (proskynēsēs)” – ao que Ele responde com “está escrito: ao Senhor, teu Deus, adorarás (proskynēseis) e só a Ele servirás (latreuseis)”, usando, assim, ambas as palavras (Mt 4:9-10).
Compare, quanto à força de latreuó, Lc 1:74; At 7:7, 24:14; Hb 9:14, 12:28; Ap 7:15, 22:3; para a adoração de ídolos, veja At 7:42; Rm 1:25. É aplicada também aos serviços relacionados com o primeiro concerto, Lc 2:37; At 26:7; Rm 9:4; e Hb 9:1, 6 (latreia), sendo omitida no original a palavra “divino” (v. 1) e “de Deus” (v. 9 – KJV) (como se não fosse mais reconhecido como tal). Veja também Hb 8:5, 10:2 (“ministrantes” ou “adoradores” – JND), 13:10. Outras passagens são Fp 3:3; At 27:23; Rm 1:9; 2 Tm 1:3; Rm 12:1 e, em total contraste, Jo 16:2 (latreia). Essas são quase todas as ocorrências.
“Adoração” também é dada como a tradução de duas palavras usadas em At 17:23 é para εὐσεβέω – eusebeó (g2151), com a qual pode ser comparado o adjetivo εὐσεβής – eusebés (g2152) “piedoso” (At 10:2, 7, 22:12) e o substantivo εὐσέβεια – eusebeia (g2150) tão frequentemente encontrado como “piedade” nas Epístolas Pastorais e 2 Pedro. Ela abrange não apenas a reverência bem (εὖ – eu – g2095) e corretamente dirigida a Deus, mas de forma semelhante aos pais e outros, embora o primeiro seja o uso geral da palavra na Escritura. Pode ser traduzida em At 17:23 “Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo”.
θεραπεύω – therapeuó (g2323) (que provém de θεράπων – therapón (g2324), “um atendente”) em At 17:25 é “servir”, “prestar serviço a” (“adorar” – KJV), constantemente usada para curar e sarar nos evangelhos; em nenhum outro lugar é traduzida como “adoração”.
Mais uma palavra, usada neste discurso de Paulo na sua forma substantiva, σέβασμα – sebasma (g4574), “devoções” (At 17:23; 2 Ts 2:4), “ou é objeto e adoração” (TB), nos leva à única passagem onde ocorre o verbo, σεβάζομαι – sebazomai (g4573), “adorar” (Rm 1:25), o qual provém de σέβας – sébas, “reverência” ou “admiração”. O substantivo expressa o objeto de veneração, altar, imagem ou santuário no paganismo.