Animal Limpo e Imundo

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A primeira vez que lemos sobre animais limpos e imundos foi quando Noé entrou na arca: ele foi instruído a tomar sete pares de cada um dos animais limpos e aves limpas e apenas dois dos imundos; não nos é dito sobre como Noé os distinguiu, mas mostra que nos primeiros dias havia uma distinção entre o limpo e o imundo. Os chamados limpos eram, sem dúvida, limpos para o sacrifício, e não para a comida, pois nada é dito sobre o homem comer carne animal até depois do dilúvio, e então “tudo quanto se move” foi dado como alimento. Quando Noé saiu da arca, ele ofereceu de todo animal limpo e de toda ave limpa como holocausto (Gn 7:2, 8:20).

Com Israel foi diferente. Quais animais deviam ser oferecidos são claramente especificados, e quais animais podiam ser comidos como limpos e quais não podiam ser comidos como imundos são dados em detalhes. Dos animais, os limpos eram aqueles que tinham o casco dividido e ruminavam: aqueles que tinham apenas uma dessas característics eram imundos. Dos peixes só deviam ser comidos aqueles que tinham barbatanas e escamas. Das aves, é dada uma lista das quais não deviam ser comidas, e dos répteis que voam, que andam sobre as quatro patas, apenas aqueles que têm pernas acima dos pés para saltar podiam ser comidos. A locusta, o gafanhoto devorador, o grilo, e o gafanhoto, cada um segundo sua espécie, podiam ser comidos (provavelmente quatro espécies de gafanhotos); mas todos os outros que voam, rastejam ou se aglomeram, que têm quatro pés, são imundos. “Todo réptil que se arrasta sobre a terra” era imundo; tudo o que anda sobre o ventre e tudo o que anda sobre quatro pés, ou tem multidão de pés, entre todos os répteis, era imundo. Essas instruções dizem respeito ao que se podia ou não ser comido. Aqueles que não deviam ser comidos deveriam ser considerados uma abominação e se os cadáveres de qualquer um desses caíssem sobre qualquer vaso ou vestimenta, isso o tornava imundo, e qualquer um que tocasse em seu cadáver deveria lavar suas roupas e ficaria imundo até à tarde (Lv 11; Dt 14:3-20). Esses animais em seus hábitos e instintos foram usados por Deus para ensinar Seu povo quanto aos hábitos e caminhos da carne que eram imundos aos Seus olhos.

Sabemos por outras Escrituras que os animais descritos aqui como imundos não são realmente assim, mas bons como criaturas de Deus; ainda assim, eles deviam ser considerados por Israel como imundos e uma abominação. Os imundos são principalmente aqueles que se alimentam de carne.

As particularidades dadas sobre o imundo têm, sem dúvida, significados simbólicos. São principalmente estas:

  1. Casco dividido e ruminar pode indicar um andar paciente e constante (como o boi), e a digestão ou meditação sobre o que é recebido (compare Sl 1:1-2; Pv 12:27).
  2. Tudo que se rasteja sobre a terra era imundo: a terra está sob a maldição por causa do pecado, e deve haver uma moral que se eleva acima dela.
  3. Os peixes devem ter barbatanas e escamas: as barbatanas permitem ao peixe se elevar na água, dirigir o seu curso e evitar o perigo, e as escamas são a sua proteção. Para escapar das poluições do mundo, é preciso andar prudente e contar com a proteção que Deus providenciou.

Está claro na Escritura que a proibição de certas criaturas como imundas diz respeito apenas Israel, e a visão dada a Pedro manifesta que essa restrição foi abolida em Cristo. É declarado claramente que “toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças, porque, pela Palavra de Deus [como em Gênesis 9:3] e pela oração, é santificada” (1 Tm 4:4-5).