Anciãos
[geral]
Este termo ocorre pela primeira vez em Gênesis 50:7, onde se aplica aos egípcios da casa de Faraó e aos anciãos do Egito. Em Números 22:7, lemos também sobre os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas, de modo que o termo não se limitou a Israel. A palavra é saqen, que implica “homem idoso”; eles eram, sem dúvida, também homens de renome, incluindo o cabeça das casas de cada tribo, sem ter qualquer lugar oficial como o que foi dado aos 70 designados por Deus para trabalhar com Moisés: estes foram escolhidos dentre os anciãos (Nm 11:16-17, 24-25).
Os anciãos seriam encontrados em todas as cidades e poderiam atuar em todos os assuntos do bem-estar comum como membros responsáveis da comunidade. Eles podem ser chamados em qualquer emergência. Por exemplo, quando um homem morto fosse encontrado em um campo, e não se sabia quem o matou, os anciãos da cidade que estava mais próxima deviam se reunir e, com suas mãos sobre uma novilha, decapitada na ocasião, deviam declarar solenemente que não tinham conhecimento do homicida. Os “juízes” são aqui nomeados como distintos dos anciãos (Dt 21:1-9). Em qualquer ratificação quanto à redenção de uma herança, os anciãos eram chamados para serem testemunhas (Rt 4:1-12). Israel deveria ter estado em uma condição terrível quando os anciãos não eram honrados, sendo cabeça das casas e estando relacionados ao povo por consanguinidade (Lm 4:16, 5:12).
No Novo Testamento, os anciãos de Israel são frequentemente mencionados e suas tradições (Mc 7:3, 5). Eles tiveram um papel proeminente na condenação do Senhor e são mencionados como distintos do Sinédrio (Mt 26:59). “Os anciãos” em Mateus 27:1 incluiria o Sinédrio (compare também At 6:12). Os anciãos continuaram sua oposição enquanto houve algum testemunho aberto em Jerusalém (At 4:23, 24:1, 25:15).
Ancião na Igreja. A palavra é πρεσβύτερος – presbuteros e significa “pessoa idosa”. Havia anciãos em Jerusalém, embora não lemos sobre sua designação (At 11:30, 15:2-23, 21:18); mas a escolha dos anciãos nas assembleias gentias era pela autoridade apostólica, direta ou delegada. Paulo e Barnabé escolheram ou nomearam anciãos em cada cidade (At 14:23; compare Tg 5:14; 1 Pe 5:1). Tito foi delegado por Paulo para estabelecer presbíteros (anciãos) em todas as cidades de Creta (Tt 1:5). Em Tito 1:7 eles são chamados de bispos ou supervisores (JND); assim, em Atos 20, Paulo chamou os anciãos (ARA, ARF, AIBB ou presbíteros – TB, ARA) de Éfeso, aos quais disse que o Espírito Santo os havia constituído bispos, ou superintendentes (JND), mostrando que aqueles nomeados como anciãos, presbíteros ou bispos eram as mesmas pessoas (At 20:28). Veja: Bispo, Supervisor.
É importante notar a distinção entre “dom” e “ofício”. O dom é recebido direto do Senhor; o ofício por indicação humana. O dom não precisa de autoridade humana para o seu exercício e é exercido em responsabilidade imediata para com a Cabeça. Os anciãos eram tais por autoridade apostólica, direta ou delegada. A designação deles não era para pregar ou ensinar (embora se eles exercessem bem a supervisão e tivessem o dom de ensino, seriam dignos de dupla honra (1 Tm 5:17), mas isso para “apascentar [pastorear – ARA]” a assembleia de Deus (At 20:28), e para mantê-la em ordem na localidade onde viviam. Sua autoridade era sobre a assembleia local não dividida. Agora não pode haver mais tais anciãos tanto quanto à fonte de sua autoridade, quanto à esfera de seu exercício.
Anciãos no Céu. Os vinte e quatro anciãos vistos por João no céu são frequentemente mencionados no Apocalipse. Eles foram vistos ao redor do trono, assentados em tronos (não em assentos), vestidos com vestes brancas, com coroas de ouro em suas cabeças, e eles adoram a Deus (Ap 4:4, 10). No Velho Testamento, quando tudo estava em ordem, havia vinte e quatro turmas no sacerdócio, cada turma tendo um ancião como cabeça ou chefe (1 Cr 24:7-18); e os anciãos no Apocalipse sendo vinte e quatro em número podem fazer alusão a eles. Os anciãos no céu têm harpas e taças de ouro cheias de incenso, “que são as orações dos santos”, mostrando que agem como sacerdotes (Ap 5:8); e em Apocalipse 5:9 eles celebram a redenção com um cântico. Eles são, sem dúvida, os redimidos, incluindo os santos do Velho e do Novo Testamento (Ap 7:11, 13, 11:16, 14:3, 19:4).