Alexandre, o grande
[pessoa]
O nome desse conquistador não é mencionado na Escritura, mas seu reino certamente é mencionado na profecia, principalmente em Daniel, cerca de 200 anos antes de seu nascimento. É mencionado pela primeira vez como parte da grande imagem vista em um sonho por Nabucodonosor; é prefigurado pelo ventre e coxas, que são de cobre, uma depreciação no caráter do reino em comparação com os impérios da Babilônia e dos medos e persas, embora fosse maior em extensão: ele “terá domínio sobre toda a Terra” (Dn 2:32, 39). Também é comparado a um leopardo que tinha quatro cabeças e quatro asas de ave. O leopardo se distingue por sua sede de sangue e por dilacerar sua presa: isso realmente aumenta o contraste no Milênio, quando se deitará com um menino pequeno (Is 11:6). Também notável por sua rapidez de ação: “os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos” (Hb 1:8). Essas características concordam exatamente com o caráter e as ações de Alexandre. As quatro cabeças e quatro asas referem-se à extensão do reino aos quatro ventos do céu, como foi dividido entre quatro de seus generais após sua morte (Dn 7:6). Novamente em Daniel 8, onde o reino da Média e da Pérsia é comparado a um carneiro, a Grécia é comparada a um bode, com um grande chifre, que é seu primeiro rei, Alexandre (Dn 8:21). Aqui, novamente, temos seu caráter, descrito: tão rápido que vinha “sem tocar no chão”, avançando contra o carneiro “no furor do seu poder” (v. 6 – TB), lançou-o no chão e pisou sobre ele (Dn 8:5-8). Em Zacarias 6:2-3 as quatro grandes monarquias são mencionadas, e a terceira, o reino da Grécia, é comparado a uma carruagem com cavalos brancos.
Alexandre o grande, filho de Filipe II e Olímpia, nasceu em Pella, em 356 a.C.; tornou-se rei da Macedônia em virtude da morte de seu pai em 336; subjugou os gregos em 335; derrotou os persas, 334; tomou Tiro; conquistou a Síria e o Egito e fundou Alexandria, 332; derrotou Dario em 331; conquistou Pártia, Média, Báctria e invadiu a Índia, 330-324, buscando novas conquistas, mas morreu na Babilônia em 323. Essas datas mostram a rapidez de suas conquistas, concordando com as Escrituras acima. Quanto à sua crueldade, basta um exemplo: na captura de Tiro, então pertencente à Pérsia, provocada pela longa resistência e valente defesa, 8.000 dos habitantes foram massacrados, 2.000 sendo crucificados: do resto, exceto aqueles que escaparam por mar, 30.000 foram vendidos como escravos, o rei e os principais magistrados foram poupados, sem dúvida como troféus. Este foi o trabalho do “leopardo” da Escritura. Enquanto sitiava Tiro, Alexandre mandou exigir a submissão dos judeus; mas disseram que eram súditos fiéis de Dario. Após a conquista de Gaza, o conquistador marchou para Jerusalém. O sumo sacerdote Jadua, sendo avisado por Deus numa visão, enfeitou a cidade com guirlandas e saiu em suas vestes com os outros sacerdotes e o povo todos de branco para encontrar o rei. Ao ver isso, Alexandre foi tomado, prostrou-se ao chão e abraçou o sumo sacerdote. Em resposta a um cortesão surpreso, Alexandre disse que não adorava o sacerdote, mas o Nome que estava gravado na lâmina de sua mitra, e explicou que tinha visto em uma visão uma figura semelhante a este mesmo sacerdote, que lhe disse para conquistar a Pérsia. Ele concedeu aos judeus na Palestina, Média e Babilônia o livre gozo de suas leis e a isenção de tributos durante o ano sabático. Este é um rápido esboço de como a profecia e a história concordam. Portanto o império da Grécia tinha a ver com o antigo povo de Deus, os judeus, e formou um elo na cadeia de reinos até que o próprio Messias apareceu e lançou o fundamento do Seu reino que durará para sempre.