Eliseu

[pessoa]

Filho de Safate de Abel-Meolá. Elias foi instruído por Deus a ungir Eliseu para ser profeta em seu lugar. Elias lançou seu manto sobre ele, mas não lemos sobre a unção: sem dúvida foi realizada ao receber uma porção dobrada do espírito de Elias. Eliseu não estava preparado então para pegar o manto de Elias, mas primeiro ele fez um banquete para seu povo, e então ele seguiu Elias e serviu a ele. Quando Deus estava para levar Elias para Si, isso se tornou conhecido aos filhos dos profetas, e eles contaram a Eliseu, mas ele já sabia; e quando Elias sugeriu que ele ficasse para trás, ele recusou e o seguiu de um lugar a outro, até que ele atravessou o Jordão (figurativamente a morte) com Elias. Sendo assim provado estarem unidos em espírito, Elias perguntou a Eliseu o que deveria fazer por ele antes de ser tomado. Eliseu disse: “Que haja porção dobrada de teu espírito em mim” (2 Rs 2:9). Elias respondeu que, embora tivesse pedido uma coisa difícil, deveria ser assim se ele o visse quando fosse arrebatado. Uma carruagem e cavalos de fogo os separaram, e Elias subiu ao céu por um redemoinho; e Eliseu o viu. Eliseu tomou a capa que caíra de Elias, o que antes ele havia deixado de fazer, e foi ao Jordão e feriu-o com a capa, e as águas se dividiram, e ele passou para a terra, com o espírito do ascendido Elias repousando sobre ele.

O primeiro milagre de Eliseu foi curar as águas de Jericó, a cidade amaldiçoada, por meio do sal em uma botija nova: tipo do poder purificador da graça. Sua missão era a graça de um ascendido; as águas foram curadas para sempre e o solo não era mais estéril. Mas quando ele foi para Betel, alguns meninos da cidade zombaram dele, dizendo: “Sobe, calvo”. Ele os amaldiçoou em nome do Senhor, e duas ursas despedaçaram 42 deles. Deus vindicou a autoridade de Seu servo. Eliseu tinha vindo, por assim dizer, do céu, no qual Elias havia entrado, e ele veio em graça, e se isso era desprezado, o juízo deveria seguir, como será com Israel em breve. Eliseu foi para o Carmelo, onde os sacerdotes de Baal haviam sido destruídos, e dali para Samaria, a sede da apostasia e onde seu testemunho era mais necessário. Josafá, rei de Judá, juntou-se a Jeorão, rei de Israel, e ao rei de Edom, para atacar Moabe; mas eles não tinham água. Eliseu foi procurado e ousadamente disse a Jeorão que fosse até os deuses de seu pai e de sua mãe: se Josafá não estivesse ali, não os teria ajudado; no entanto, houve graça para eles. Covas ou fossos foram feitos e pela manhã o vale encheu-se de água; seguiu-se a vitória sobre Moabe (2 Rs 2-3)

A viúva de um dos profetas apelou a Eliseu para salvar seus dois filhos das garras de um credor. Ela não tinha nada além de uma botija de azeite. Disseram-lhe que tomasse emprestados “não poucos” vasos e os enchesse com azeite. Ao fazê-lo, o azeite foi aumentado até que não houvesse mais vasos para encher. Assim, de acordo com sua fé em pedir emprestado, era seu suprimento de Deus. O credor foi pago, e ela e seus filhos viveram com o restante, mostrando como Deus excedeu em muito seu pedido.

Uma grande mulher em Suném ofereceu hospitalidade a Eliseu e providenciou um quarto para seu uso sempre que ele passasse por ali. Por isso ela foi recompensada com um filho; mas quando cresceu o suficiente para ir para o campo, ele morreu. A mulher deitou-o na cama de Eliseu e apressou-se em informá-lo do que havia acontecido, mas acrescentou piedosamente: “tudo vai bem”. Eliseu voltou com a mulher, e a criança foi ressuscitada e devolvida à sua mãe. Assim foi manifestado o poder de Deus sobre a morte e um coração quebrantado foi curado.

Mais dois milagres se seguiram. Ao colher ervas para uma refeição devido à escassez, uma erva daninha venenosa foi incluída e houve “morte na panela”. Eliseu colocou um pouco de farinha, e o caldo ficou curado. O outro milagre foi o aumento do pão para que cem homens fossem supridos de vinte pães e houve sobejos: semelhante ao Senhor alimentando as multidões quando Ele estava na Terra (2 Rs 4).

O próximo milagre foi curar Naamã, o sírio, da lepra. Esta foi a graça que se estendeu para além da terra, até mesmo para seus inimigos. Naamã teve de ser humilde, assim como abençoado, e aprender que “em toda a Terra não há Deus, senão em Israel”, como ele mesmo confessou. Geazi, o servo de Eliseu, foi, infelizmente, tentado por meio de uma mentira a tirar do sírio alguns dos presentes que ele trouxera para Eliseu, mas que haviam sido recusados. Isso foi revelado a Eliseu, e a lepra de Naamã se apegou a Geazi e sua semente. Aquele que está mais próximo da fonte de bênção, se ele se afastar dela, sofrerá mais. Em seguida, Eliseu fez a cabeça de ferro do machado boiar, revertendo assim as leis da natureza: o machado era emprestado e a confiança não deve ser violada (2 Rs 5, 6:1-7).

Os sírios agora tinham que aprender uma lição do poder do Deus de Israel, mas ainda na graça. Eles prepararam armadilhas para o rei de Israel, mas Eliseu o advertiu repetidamente sobre o perigo e ele escapou. Diante disso, o rei da Síria enviou um exército para prender Eliseu. Ele estava em Dotã, e eles cercaram a cidade. Eliseu orou para que os olhos de seu servo fossem abertos para ver que eles estavam cercados por cavalos e carros de fogo que de outra forma seriam invisíveis (compare Hb 1:13-14). O exército foi então ferido por cegueira, conduzido a Samaria, alimentado com pão e água e dispensado ao seu senhor com a maravilhosa história. Não adiantava armar conspirações contra pessoas cujo Deus os protegia assim: “e não entraram mais tropas de siros na terra de Israel”; isto é, as tropas de saqueadores que tramavam para capturar o rei; pois imediatamente lemos que Ben-Hadade, rei da Síria, veio com um grande exército e sitiou Samaria. A fome tornou-se tão severa que o filho de uma mulher foi fervido e comido. O rei ficou muito comovido com isso e ameaçou tirar a vida de Eliseu, aparentemente ligando a fome ao servo de Deus. Isso foi revelado a Eliseu quando ele estava assentado em casa. O rei seguiu o mensageiro e, aparentemente, ele disse: “Eis que este mal vem do Senhor; por que, pois, esperaria eu mais pelo Senhor?” (AIBB) Eliseu tinha uma mensagem de libertação: no dia seguinte, uma medida de farinha de trigo deveria ser vendida por um siclo e duas medidas de cevada pela mesma quantia. Um capitão incrédulo zombou disso; mas ele viu, embora não comesse, pois foi pisoteado até a morte pela multidão. Assim, o juízo se seguiu à descrença na graciosa provisão de Deus (2 Rs 6:8, 7).

Eliseu profetizou que haveria 7 anos de fome e disse à sunamita que permanecesse onde pudesse durante o tempo. Ela morou entre os filisteus por 7 anos e, ao voltar, clamou ao rei pela restauração de sua casa e terras. Deus ordenou que naquele momento Geazi estava contando ao rei as grandes coisas que Eliseu havia feito. Ele reconheceu a mulher como aquela cujo filho Eliseu havia ressuscitado, e o rei ordenou a restauração de sua propriedade.

O profeta foi a Damasco, e Ben-Hadade, estando doente, enviou Hazael para perguntar se ele deveria se recuperar. A resposta era que ele certamente poderia se recuperar, mas deveria morrer: um aparente enigma; mas foi totalmente explicado por Hazael causando sua morte quando de outra forma ele teria se recuperado. Eliseu profetizou que Hazael seria rei da Síria e chorou ao contar as coisas terríveis que faria a Israel. Eliseu enviou um dos filhos dos profetas para ungir Jeú como rei de Israel: ele executaria o juízo de Deus sobre a casa de Acabe e Jezabel, profetizado por Elias (1 Rs 21:23-24). O que havia sido predito, Jeú cumpriu (2 Rs 8-9).

Chegou a hora da morte de Eliseu. Ele estava doente e Joás, rei de Israel, foi visitá-lo. Eliseu profetizou que Joás deveria ferir os sírios até que fossem consumidos, mas ele ficou irado com a falta de energia do rei e disse que só os feriria três vezes. A obra de Eliseu estava concluída e ele morreu e foi sepultado. Quando um cadáver foi colocado no mesmo túmulo, assim que tocou os ossos de Eliseu, a vida foi restaurada. Figura de que, embora Israel agora esteja morto para Deus (compare Dn 12:2), quando eles forem colocados em conexão com o verdadeiro Profeta de Deus, eles serão restaurados à vida de forma inesperada e poderosa. Como vimos, a missão de Eliseu foi a graça, e sua história até o fim está marcada com o poder da vida (2 Rs 13:14-21).