Cativeiro
[geral]
Isso se refere principalmente no Velho Testamento a “deportação ou exílio” de Israel e Judá. A ordem em que Israel foi levado ao cativeiro não é muito clara. Parece, no entanto, que os eventos registrados em 1 Crônicas 5:26 ocorreram primeiro, por causa de Pul, rei da Assíria, ser mencionado, pois ele reinou antes de Tiglate-Pileser: este último é mencionado como levando os rubenitas, os gaditas e a meia tribo de Manassés: mostrando que os israelitas que ficaram aquém de seus privilégios e não cruzaram o Jordão foram os primeiros a serem levados ao cativeiro. Não há nada na passagem para fixar a data, mas em 2 Reis 15:29 é outra referência a Israel quando Tiglate-Pileser tomou Ijon, Abel-Bete-Maaca, Janoa, Quedes e Hazor, que estão todos ao norte e a oeste do Jordão; mas então é adicionada Gileade, que fica a leste, e a intenção pode ter sido para abranger as duas tribos e meia; então a Galileia e toda a terra de Naftali são adicionadas, que estão também ao noroeste. Assim este pode ser um resumo de tudo o que este rei levou cativo para a Assíria. Foi “nos dias de Peca”, e Peca reinou 20 anos: a data do cativeiro das duas tribos e meia é geralmente considerada como 740 a.C.
Uma data mais definida é dada para o cativeiro da porção restante de Israel em 2 Reis 18:10-11. Foi no 9º ano de Oseias rei de Israel e no 6º de Ezequias que Samaria foi tomada pelos assírios após um cerco de 3 anos: Isso teria acontecido em 722 a.C. O cativos foram levados para Hala e Habor e para o rio Gozã (esses mesmos nomes sendo mencionados em 1 Crônicas 5:26, e sendo Hara adicionado). Supõem-se que esses lugares deveriam estar no norte da Assíria; mas na passagem acima em Reis são adicionadas as palavras “e às cidades dos medos”. Esta é uma região muito mais ao leste, de onde seriam removidos para longe de seus irmãos que estavam na Assíria, e de Judá, que depois foi levada para a Babilônia.
O cativeiro de Judá ocorreu em quatro etapas. Nabucodonosor (606 a.C.) levou os vasos sagrados e pessoas cativas, entre as quais estavam Daniel e seus companheiros. Isso deu início aos “tempos dos gentios” (2 Cr 36:6-7). O segundo cativeiro foi em 599 a.C., quando Joaquim havia reinado 3 meses. É chamado o grande cativeiro. Zedequias foi deixado como vassalo da Babilônia (2 Rs 24:14; 2 Cr 36:10). O terceiro cativeiro foi em 588 a.C. (2 Cr 36:20). O quarto foi em 584 a.C. sob Nebuzaradã (Jr 52:12, 30). Os 70 anos de cativeiro preditos por Jeremias (25:11-12) começaram em 606 a.C. e acabaram em 536 a.C. quando os judeus retornaram à Judeia com a proclamação de Ciro rei da Pérsia (Jr 29:10; Ed 1). O cativeiro é referido em Mateus 1:11, 17 como “a deportação [o exílio – ARA]”. Os lugares para os quais Israel e Judá foram transportados são considerados por seus respectivos nomes.
Aqueles que voltaram do exílio foram as duas tribos, Judá e Benjamim (a menos que alguns poucos das dez tribos os tenham acompanhado; compare Lucas 2:36). Eles retiveram a posse da terra, sob muitas mudanças e instabilidades, até que seu Messias apareceu. Sua rejeição e crucificação resultaram na destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C., e na dispersão dos judeus por todas as partes do mundo.