Cão

[animal]

Constantemente referido na Escritura como um animal imundo e degradado. Por isso, os imundos gentios ou pagãos são comparados aos cães (Sl 22:16, 59:6, 14). O preço de um cão foi proibido de ser colocado no tesouro do Senhor, era uma abominação (Dt 23:18). Hazael, um pagão, disse: “teu servo, que não é mais do que um cão” (2 Rs 8:13) e a forma mais ofensiva de se dirigir a um homem era chamá-lo de cão morto. Eles foram, e são, os necrófagos das cidades orientais. Todo lixo é jogado nas ruas e os cães o comem. Foram os cães que comeram o corpo de Jezabel e lamberam o sangue de Nabote e de Acabe. No Novo Testamento é o mesmo: “ficarão de fora os cães” (Ap 22:15), “Guardai-vos dos cães” (Fp 3:2), usado simbolicamente para aqueles que foram cortados e os impuros: eles voltam ao seu vômito novamente. A única exceção aparente ao escrito acima é quando o Senhor comparou a mulher siro-fenícia a um cachorrinho, e ela disse: “mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores” (Mt 15:27). Nessas passagens, o diminutivo da palavra é usado, significando “cachorrinhos ou filhotes”, e esses são frequentemente mantidos em casas até que cresçam. Mas isso não remove o desprezo implícito no termo. Wycliffe61 traduziu “cães de caça” e “pequenos filhotes” em Marcos 7:27-28.

 



[61]

N. do T.: John Wycliffe (1328 –1384) foi professor da Universidade de Oxford, teólogo e reformador religioso inglês, considerado precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos 15 e 16. Trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, que ficou conhecida como a Bíblia de Wycliffe.