Anjo

[geral]

A palavra hebraica malac e a palavra grega ἄγγελος – aggelos significam “mensageiro”.

  1. É usada para a representação mística da presença divina, como em Gênesis 31:11-13. “O Anjo de Deus” falou a Jacó, dizendo: “Eu Sou o Deus de Betel”. “O Anjo de Jeová” (JND) falou a Agar e disse: “Multiplicarei sobremaneira a tua semente, que não será contada, por numerosa que será” (Gn 16:7-11). “O Anjo de Jeová” falou a Abraão, dizendo: “Por Mim mesmo jurei” (Gn 22:11, 15-16 – TB). Três “varões” se aproximaram da tenda de Abraão. Um deles disse que Sara teria um filho: ao que Sara riu, e o Senhor disse: “Por que se riu Sara?” Dois dos três saíram e foram chamados de “anjos” no portão de Sodoma, enquanto o Senhor, o terceiro, falava com Abraão (Gn 18:1-33; compare Êx 3:2, 6-15; Nm 22:22-35). Jacó, ao abençoar os filhos de José, disse: “O Anjo que me livrou (ou redimiu) de todo o mal abençoe estes rapazes” (Gn 48:16). Em geral, acredita-se que foi a segunda Pessoa da Trindade que apareceu como Homem no Velho Testamento25. Sem dúvida, é o mesmo que é chamado de “Anjo forte” em Apocalipse 10:1-3.
  2. Os seres espirituais inteligentes que são constantemente mencionados na Escritura como mensageiros de Deus, tanto como portadores de boas novas como executores dos juízos de Deus. Pouco sabemos sobre a natureza deles: “quanto aos anjos, diz: O que de Seus anjos faz ventos e de Seus ministros, labareda de fogo” (Hb 1:7); e o homem é descrito como sendo um pouco inferior aos anjos (Sl 8:5; Hb 2:7). Aparentemente, há gradações de classificação entre eles, descritos como principados e potestades, dos quais Cristo como Homem é agora a Cabeça (Cl 2:10). Duas vezes nos encontramos com o “arcanjo”: voz de arcanjo acompanhará o Arrebatamento da Igreja (1 Ts 4:16); e Miguel, o “arcanjo” contendeu com Satanás sobre o corpo de Moisés (Jd 9). Ele com seus anjos lutarão contra o dragão e seus anjos e os expulsarão do céu (Ap 12:7-8). Gabriel é o único outro nome de um anjo que nos foi revelado: ele apareceu a Daniel, a Zacarias e a Maria e disse que assistia diante de Deus (Dn 8:16, 9:21; Lc 1:19, 26).

Embora não percebemos a presença dos anjos, sabemos que eles são espíritos ministradores enviados para ministrar a favor aqueles que herdarão a salvação (Hb 1:14; compare Sl 34:7); e lemos também que eles ministraram ao Senhor quando Ele esteve aqui (Mt 4:11; Mc 1:13; Lc 22:43). Existem “muitos milhares” desses anjos (Mt 26:53; Hb 12:22; Ap 5:11); e são descritos como “poderosos”, “santos”, “eleitos” (2 Ts 1:7 – KJV; Mc 8:38; 1 Tm 5:21): eles não se casam (Mc 12:25). Não somos informados de quando eles foram criados, mas sem dúvida são chamados de “os filhos de Deus”, que rejubilavam quando Deus criou a Terra (Jó 38:4-7).

A lei foi dada por ministério deles (At 7:53; Gl 3:19; Sl 68:17); e tinham a ver com a proclamação do nascimento do Salvador (Lc 2:8-14); e assistiram à ressurreição (Mt 28:2; Jo 20:12). Os anjos não são os depositários da revelação e dos conselhos de Deus. Eles desejam atentar para as coisas testificadas pelo Espírito de Cristo nos profetas, e agora relatadas pelos apóstolos no poder do mesmo Espírito (1 Pe 1:12). O mundo vindouro não será colocado em sujeição a eles, mas ao homem na Pessoa do Filho do Homem (Hb 2:5-8); e os santos julgarão os anjos (1 Co 6:3) Portanto, é apenas uma falsa humildade que ensinaria a adoração a anjos (Cl 2:18). Quando João prostrou-se para adorar o anjo no Apocalipse, sendo dominado por causa das admiráveis coisas reveladas, ele foi em duas ocasiões impedido de adorar seu “conservo” (Ap 19:10, 22:9).

No Salmo 8:5, a palavra é elohim, “Deus”; o nome de Deus sendo dado aos anjos como Seus representantes (compare Salmo 82:6). No Salmo 68:17 é shinan, “repetição”; lendo “milhares de milhares”. No Salmo 78:25 é abbir, “poderosos”.

  1. Anjos Caídos
a) Lemos sobre anjos que “não guardaram o seu principado [seu estado original – ARA], mas deixaram a sua própria habitação, (o Senhor os) reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia” (Jd 6). Deus não poupou os anjos que pecaram (2 Pe 2:4). A natureza do pecado deles pode ser atribuída a Gênesis 6:2. Sua punição e a de Sodoma e Gomorra são mantidas como um aviso contra a indulgência carnal e o desprezo às dominações (2 Pe 2:10; Jd 6-8).
b) Além desses acima que estão mantidos em prisões, lemos sobre anjos ligados a Satanás. O grande dragão e seus anjos serão subjugados por Miguel e seus anjos e serão expulsos do céu (Ap 12:9). O lago de fogo, ou geena, foi especialmente preparado para o diabo e seus anjos, embora, infelizmente, o homem também será lançado nele (Mt 25:41). Abadom (hebraico) ou Apoliom (grego) é o nome do anjo do “abismo” (Ap 9:11), ou seja, o “abismo”, não o inferno, que, como visto acima, é o lugar de punição. Isaías 14:12-16 e Ezequiel 28:14-19 podem lançar alguma luz sobre a queda de Satanás, mas se a queda daqueles chamados seus “anjos” foi provocada pela mesma causa e ao mesmo tempo não é revelado. A Escritura é bastante clara que todos eles serão vencidos e eternamente punidos.
  1. O termo “anjo” é usado simbolicamente para um representante místico. Quando Pedro foi libertado da prisão e bateu à porta, aqueles que oravam por sua libertação disseram: “É o seu anjo” (At 12:15). Eles acharam que Pedro ainda estava na prisão, e que o que estava na porta era seu representante, seu espírito personificado, talvez com ideias muito vagas do que eles realmente significavam. Em Apocalipse 2-3, os discursos às sete igrejas são feitos ao anjo de cada uma delas. Significa o espírito e o caráter da assembleia personificada em seu representante místico, cada um diferindo dos demais, de acordo com o estado da assembleia. As mensagens, embora dirigidas às igrejas existentes à época, sem dúvida expõem o estado da Igreja em suas várias fases, desde os tempos apostólicos até a sua rejeição total como a testemunha responsável de Cristo no final da dispensação.


[25]

N. do T.: O que é normalmente indicado pelo uso da palavra “Anjo” com a primeira letra maiúscula.