Tito, Epístola a

[bíblia]

Uma das epístolas pastorais, assim chamada porque dirigida a um servo individual do Senhor. Aparentemente, foi escrita depois da primeira prisão de Paulo em Roma (quando de outra forma ele poderia ter deixado Tito em Creta? Tt 1:5), e antes de sua segunda prisão. De onde foi escrita não se sabe: sua data pode ser por volta de 64 d.C. A epístola insiste na manutenção das boas obras e da ordem na Igreja, e declara os princípios nos quais elas se fundamentam.

Após a saudação introdutória em que os conselhos de Deus são mencionados, e o reconhecimento da verdade que está de acordo com a piedade, Paulo declara com que propósito ele havia deixado Tito em Creta:

  1. para colocar em ordem as coisas que ainda estavam incompletas, e;
  2. para estabelecer presbíteros em cada cidade, presbíteros que em Tito 1:7 são chamados de “bispos” ou superintendentes.

As qualificações para tal ofício são então dadas: nenhum dom particular é essencial, mas o caráter moral irrepreensível é indispensável e uma fé sã. Houve em Creta muitos enganadores, especialmente os da circuncisão, cujas bocas devem ser tapadas.

Os cretenses tinham má reputação nacionalmente, como parece do que um deles disse: “Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres [glutões – AIBB] preguiçosos” (A citação é de Epimênides, um poeta do século 6 a.C. Seus ditos foram citados como oráculos, o que pode explicar o fato de ele ter sido chamado de “profeta”). Deviam ser repreendidos severamente para que pudessem ser sãos na fé. Para o puro todas as coisas são puras, mas nada é puro para o contaminado e incrédulo, estando a mente e a consciência contaminadas.

Tito 2. Tito devia falar coisas que convinham ao ensinamento são, com exortações adequadas aos de diferentes idades e aos servos, sendo ele mesmo em todas as coisas um modelo de boas obras, e seu ensino tal que não poderia ser condenado. Em seguida, segue um resumo do Cristianismo como um poder prático no homem, pelo ensino da graça. A graça de Deus que manifesta a salvação apareceu para todos, ensinando como um Cristão deve viver, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e Salvador Jesus Cristo, que morreu para redimi-los de toda iniquidade e para purificar para Si mesmo um povo especial, zeloso de boas obras.

Tito 3. Tito devia ensinar sujeição aos poderes do mundo e obediência a toda boa obra. Eles foram caracterizados pela impiedade, mas a bondade e o amor do Deus Salvador tendo aparecido, Ele de acordo com Sua misericórdia os salvou pela lavagem da regeneração (a limpeza moral conectada com a nova ordem das coisas no Cristianismo, compare Mt 19:28), e a renovação do Espírito Santo, que Ele ricamente derramou sobre eles por meio de Jesus Cristo, seu Salvador (a “renovação” é mais do que um novo nascimento, é a energia ativa do Espírito no crente), que, tendo sido justificados por Sua graça, eles se tornam herdeiros de acordo com a esperança da vida eterna. Tito deveria insistir na manutenção das boas obras, mas perguntas tolas deveriam ser evitadas. Um herege, depois de duas admoestações, deveria ser abandonado: pois se condenava a si próprio. Alguns detalhes pessoais são adicionados, e a epístola termina com a bênção.