Oferta pelo Pecado

[geral]

Esta e a oferta pela culpa se destacam de todas as outras ofertas. No holocausto e na oferta pacífica, o ofertante vinha como adorador e, pela imposição das mãos, identificava-se com a aceitabilidade e aceitação da vítima: ao passo que na oferta pelo pecado a vítima era identificada com o pecado do ofertante.

A oferta pelo pecado era para fazer expiação pelo pecado – para evitar o juízo sobre o ofertante. Esta característica geral é sempre a mesma, embora os detalhes sejam diferentes, como será visto na tabela a seguir:

 

O Dia da Expiação se mantém único – o sangue da oferta pelo pecado sendo levado para o Santo dos santos e aspergido sobre e diante do propiciatório. A expiação tinha que ser feita de acordo com o requisito da natureza e majestade do trono de Deus. Essa figura se repetia anualmente para manter o relacionamento do povo com Deus, porque o tabernáculo do Senhor permanecia entre eles em meio à impureza. A expiação também era feita para o lugar santo e o altar: todos eram reconciliados pelo sangue da oferta pelo pecado, e com base no mesmo sangue os pecados do povo eram administrativamente carregados para uma terra solitária (Lv 16).

No caso de pecado por parte do sacerdote ou de toda a congregação, toda aproximação era interrompida: então o sangue tinha que ser levado para o lugar santo, aspergido lá sete vezes e colocado nas pontas do altar de incenso – o lugar da aproximação do sacerdote – para o restabelecimento da aproximação. Veja: Expiação, dia da. No caso de um príncipe ou de um do povo, o sangue era aspergido sobre o altar de cobre, lugar por onde o povo se aproximava: isso também era para restaurar a aproximação do indivíduo.

A oferta pelo pecado, como um todo, não é considerada de cheiro suave: o pecado é a ideia proeminente, mas a gordura foi queimada no altar como cheiro suave (Lv 4:31). Cristo sempre foi (na cruz como em qualquer outro lugar) um deleite para Deus. A oferta pelo pecado, que é comida pelo sacerdote, é declarada “coisa santíssima” (Lv 6:29). Isso é figura de Cristo, tanto como Sacerdote como Vítima, tendo a nossa causa no coração.

Nos casos previstos em Levítico 5:1-13, onde era principalmente para atos que eram pecados por causa da transgressão de alguma lei ou ordenação, a capacidade do ofertante foi considerada. Se uma pessoa não pudesse trazer um bode como oferta pelo pecado, era permitido trazer duas pombas; e se ele não pudesse trazer nem mesmo estes, ele poderia trazer a décima parte de um efa de flor de farinha. Isso não parece concordar com a necessidade de derramamento de sangue para a remissão, mas o memorial queimado no altar simbolizava o juízo de Deus ao lidar com o pecado. Isso colocou a oferta ao alcance de todos, para que até a alma mais pobre pudesse encontrar-se com Deus quanto ao seu pecado. Pobreza representa pouca luz ou ignorância, não rejeição ou indiferença a Cristo. E quando a farinha foi trazida ao fogo do juízo no altar, a morte de Cristo pelo pecado não foi deixada de fora nesta forma mais simples de oferta pelo pecado.