Oferta Pacífica
[geral]
Esta é distinta tanto do holocausto quanto da oferta de manjares, embora fundamentada nessas ofertas. Seu objetivo não era mostrar como um pecador poderia obter paz, nem fazer expiação: era antes o resultado de ele ter sido abençoado – a resposta de seu coração a essa bênção. A alma entra na devoção de Cristo a Deus, o amor e poder de Cristo como a bênção da família sacerdotal, e seu próprio sustento na vida onde a morte entrou. A oferta pacífica podia ser de gado ou do rebanho (gado miúdo), macho ou fêmea. O ofertante impunha as mãos sobre a cabeça da oferta e a sacrificava. O sangue era aspergido ao redor do altar. Toda a gordura, os dois rins e o redenho acima do fígado eram queimados sobre o altar, uma oferta feita por fogo de cheiro suave ao Senhor. Essas eram as porções de Deus, literalmente Seu pão. O peito da oferta era movido como oferta movida e servia de alimento para Arão e seus filhos e filhas. O ombro direito era uma oferta alçada e destinava-se ao sacerdote da oferta. O ofertante e seus amigos também comiam da oferta no mesmo dia; ou, se fosse um voto ou uma oferta voluntária, poderia ser comido no segundo dia. O que restava era queimado com fogo: indicando que a comunhão para ser real deve ser fresca, e não muito longe e separada da obra do altar.
A oferta pacífica era acompanhada de uma oferta de manjares, isto é, bolos asmos amassados com azeite e coscorões asmos untados com azeite; junto com pão fermentado. Este último mencionado reconhecia a existência de pecado no adorador (1 Jo 1:8), o qual, se inativo, não o desqualificaria, embora que o pecado nele o desqualificaria. Tudo o que era figura de Cristo era sem fermento. Que a oferta pacífica era figura da comunhão fica claro nas orientações quanto ao seu destino: parte dela era aceita por Deus no altar, chamada “o manjar da oferta”; parte era a comida do sacerdote (Cristo) e dos filhos do sacerdote (Cristãos); e parte era comida pelo ofertante e seus amigos (o povo, e talvez também os gentios, que no reino jubilarão “com o seu povo” – Dt 32:43, Rm 15:10). Este pensamento de comunhão encontra expressão na mesa do Senhor, na comunhão do sangue e do corpo do Senhor (1 Co 10:16). Diz-se que a oferta pacífica “pertence ao Senhor”; portanto, toda adoração pertence a Deus: é o fruto e a expressão de Cristo nos crentes (Lv 3, 7:11-21, 28-34).