Números como Símbolos

[geral]

Pode haver alguma dúvida de que os numerais sejam usados na Escritura como símbolos; e comparando os casos em que algum numeral é empregado, pode-se frequentemente chegar à ideia oculta nele. O significado de alguns números é óbvio demais para alguém se equivocar; já o de outros é menos aparente. Em alguns casos, o número simbólico pode ser descoberto onde o próprio numeral não é mencionado: como, por exemplo, em três podemos classificar a lei, os salmos e os profetas; espírito, alma e corpo e assim por diante. Algumas referências são fornecidas aqui para cada número.

UM. Supremacia, exclusividade.

• Um Senhor (Dt 6:4; Is 42:8; Zc 14:9).
• Um Deus e Pai (1 Co 8:6; Gl 3:20; Mc 12:29; Ef 4:6; 1 Tm 2:5).
• “não há outro Deus, senão um só”, um Senhor Jesus Cristo (1 Co 8:4; Ef 4:5).
• Um Espírito Santo (1 Co 12:11, 13).
• Um Mediador (1 Tm 2:5).
• Um corpo (1 Co 12:12-13; Ef 4:4).
• Uma esperança, uma fé, um batismo (Ef 4:4-5).
• Uma só oferta que aperfeiçoou para sempre os santificados (Hb 10:14).

 

DOIS. Distinção e, portanto, testemunho e companheirismo adequados quando em acordo.

• São necessárias duas testemunhas (Dt 19:15; 2 Co 13:1).
• Calebe e Josué deram testemunho da terra (Nm 14:6-9).
• Dois espiões enviados ao Jordão (Js 2:1).
• Duas oliveiras figuras de duas testemunhas (Zc 4:3; Ap 11:3-4).
• A Palavra de Deus e Seu juramento mostram a imutabilidade de Seu conselho (Hb 6:17-18).
• Dois devem concordar em oração (Mt 18:19).
• Dois ou três podem ser reunidos em nome de Cristo (Mt 18:20).

 

TRÊS. Plenitude ou perfeição divina e, portanto, perfeição em testemunho.

• Deus – Pai, Filho e Espírito. Esta plenitude teve o prazer de habitar no Filho do Seu amor (Cl 1:19).
• Três vezes a voz veio do céu a respeito do Senhor Jesus (Mt 3:17, 17:5; Jo 12:28).
• O Senhor Jesus é Profeta, Sacerdote e Rei; Filho de Deus, Filho do Homem e Filho de Davi.
• Três dão testemunho, o Espírito, a água e o sangue, “e estes três concordam num” (1 Jo 5:7-8).
• As Escrituras, compreendendo a lei, os profetas e os salmos, deram testemunho de Cristo (Lc 24:44).
• Fé, esperança e amor são elementos da vida Cristã aqui.
• Um cordão de três dobras não se quebra tão depressa (Ec 4:12), correspondendo à perfeição no testemunho:
• três também descreve a experiência aperfeiçoada (Lc 13:32; Gn 22:4; At 9:9).

 

QUATRO. Completude naquilo que é criado ou ordenado por Deus.

• Quatro ventos dos quatro cantos do céu (Jr 49:36 – TB).
• Quatro cantos da terra (Ap 20:8).
• Na organização do acampamento de Israel, havia quatro bandeiras (Nm 10:14-25).
• Ezequiel viu quatro seres viventes, cada um com quatro rostos, quatro asas e quatro mãos (Ez 1:5-8; compare os quatro seres viventes em Ap 4:6).

 

CINCO. Fraqueza humana na sua estimativa deobrigação.

• Na dedicação do tabernáculo, cada príncipe ofereceu como oferta pacífica dois bois, cinco carneiros, cinco bodes e cinco cordeiros (Nm 7:17-83).
• Fraqueza em contraste com o poder do inimigo: cinco devem perseguir cem (Lv 26:8).
• Os discípulos só puderam fornecer cinco pães de cevada e dois peixes pequenos quando os cinco mil foram alimentados (Jo 6:9).
• Paulo disse que preferia falar cinco palavras para ensinar aos outros do que dez mil palavras em uma língua desconhecida (1 Co 14:19).
• Na parábola das virgens, havia cinco prudentes e cinco tolas (Mt 25:2).

 

SEIS. Incompletude, imperfeição (um abaixo do número perfeito – sete).

• Salomão tinha seis degraus até seu grande trono (1 Rs 10:19); mas não foi elevado o suficiente para salvá-lo da idolatria.
• Seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro foram trazidos para ele em um ano (1 Rs 10:14); ainda assim, ele teve que confessar que tudo era vaidade e aflição de espírito.
• Os judeus em Caná tinham seis potes de água para purificação (Jo 2:6); mas expressaram a insuficiência das ordenanças para atender às necessidades do homem.
• O número da besta do império será seiscentos e sessenta e seis (Ap 13:18); sendo imperfeito em todos os detalhes.

 

SETE. Completude espiritual, geralmente no bem, mas ocasionalmente no mal.

• É o composto de três e quatro, e o maior número individual indivisível.
• Sete dias na semana, cada sétimo dia era um dia de descanso; cada sétimo ano era um ano de descanso para a terra; a cada sete vezes sete anos acontecia o jubileu.
• A criação estava concluída no sétimo dia, sendo o descanso de Deus o resultado.
• Havia sete lâmpadas para o castiçal de ouro (Nm 8:2; compare Zc 4:2).
• O sangue era aspergido diante do Senhor sete vezes (Lv 4:6, 17. 8:11).
• O Cristão é exortado a guardar a festa de sete dias após a Páscoa, o que a torna uma festa perpétua para ele (1 Co 5:7-8).
• João fala de sete Espíritos diante do trono de Deus (Ap 1:4).
• Existem sete abominações no coração do homem (Pv 26:25).
• A primeira besta tem sete cabeças e dez chifres (Ap 13:1).
• No Apocalipse “sete” ocorre frequentemente; o símbolo é encontrado nele mais de sete vezes sete.
• O perdão deve ser “setenta vezes sete” (Mt 18:22).

 

OITO. Um novo início fora da ordem da criação, mas conectada com ela: portanto, em ressurreição.

• A circuncisão era no oitavo dia, quando uma nova comunhão era iniciada.
• Oito almas foram salvas na arca, para começar um novo mundo (1 Pe 3:20; 2 Pe 2:5).
• A nova forma do futuro império romano será a oitava (Ap 17:11).
• O dia da ressurreição pode ser chamado de oitavo – o dia após o sétimo – o sábado judaico.

 

DEZ. Base completa de responsabilidade humana.

• O Faraó foi visitado por dez pragas (Êx 7-12).
• Os dez mandamentos (Êx 34:28).
• Abraão deu um décimo dos despojos a Melquisedeque (Gn 14:20).
• Os israelitas deram um décimo aos levitas e um décimo aos sacerdotes (Nm 18:21, 26).
• Dez virgens saíram ao encontro do noivo (Mt 25).
• Havia dez servos a quem as minas foram confiadas (Lc 19:13).
• Na última forma do império romano, haverá dez reis (Ap 17:12, 16).

 

DOZE. Completude administrativa, isto é, naquilo que é estabelecido ou demonstrado para o homem. (O primeiro mais divisível dos números anteriores.) Havia:

• doze patriarcas, ancestrais das doze tribos, que são comemorados nos doze pães sobre a mesa.
• as doze pedras no peitoral e doze nomes nos ombros do sumo sacerdote.
• as doze pedras tiradas do Jordão, e as doze pedras colocadas no leito do rio.
• também na mulher com uma coroa de doze estrelas (Ap 12:1).
• Por meio dos doze apóstolos, o Senhor alimentou as multidões famintas.
• Os doze apóstolos se assentarão em doze tronos, julgando as doze tribos (Mt 19:28).
• A nova Jerusalém terá doze fundamentos para seus muros com os nomes dos doze apóstolos; terá doze portas, consistindo em doze pérolas, com os nomes das doze tribos inscritos, as portas serão atendidas por doze anjos (Ap 21:12-21).
• Há doze horas no dia, nas quais os filhos da luz podem andar (Jo 11:9).
• A flexibilidade da perfeição administrativa pode ser vista em:

• Seis dois: dois apóstolos em cada uma das seis companhias enviadas para pregar.
• Dois seis: Seis pães em cada uma das duas fileiras de pães da proposição.
• Três quatros: quatro colunas de três nomes cada no peitoral.
• Quatro três: três portas em cada um dos quatro lados da nova Jerusalém.

 

QUARENTA = 10 x 4. Provação completa para trazer à luz o bem ou o mal.

• Moisés ficou quarenta anos no deserto, sendo ele próprio provado;
• ele esteve no monte por dois períodos de quarenta dias, que foram tempos de provação para os israelitas (Êx 24:18, 34:28).
• Os espias ficaram quarenta dias espiando a terra (Nm 13:25).
• As tribos foram testadas durante quarenta anos no deserto (At 13:18).
• Golias desafiou Israel por quarenta dias (1 Sm 17:16).
• Saul, Davi, Salomão e Jeoás foram testados cada um por um reinado de quarenta anos.
• O período de teste de Elias no Horebe foi de quarenta dias.
• Nínive recebeu quarenta dias para arrependimento (Jn 3:4).
• O Senhor Jesus esteve sob tentação durante quarenta dias (Mc 1:13).