Maná

[geral]

A comida milagrosamente fornecida do céu aos israelitas durante os 40 anos de suas peregrinações. Seu nome significa “o que é isto?” pois eles não sabiam o que era. Caiu todas as manhãs, exceto aos sábados, e tinha que ser colhido cedo, ou derretia. Se guardado até o segundo dia, criava vermes, exceto a quantidade dobrada colhida na véspera do sábado, que era boa no segundo dia. A quantidade a ser recolhida era em média um ômer (cerca de 2 litros) para cada homem. Alguns juntaram mais e outros menos; e quando o mediram com um ômer “não sobejava ao que colhera muito, nem faltava ao que colhera pouco; cada um colheu tanto quanto podia comer”.

A explicação dada pelos rabinos é que embora vários membros de uma família tenham saído para colher o maná, quando ele foi trazido para casa e medido, descobriu-se que era apenas um ômer para cada um deles. A explicação mais provável é que embora em média um ômer fosse a porção de cada um, alguns precisavam de mais e outros menos e, portanto, cada um colheu “tanto quanto podia comer”, de acordo com o que ele sabia que precisaria, e assim todos tinham o suficiente e não havia nada desperdiçado. A primeira parte da passagem é citada em 2 Coríntios 8:15, para mostrar que, ao fazer uma coleta para os santos pobres, deve haver o cumprimento deste princípio divino de “igualdade”, a abundância de alguns contribuindo para a necessidade de outras.

O maná cessou assim que os israelitas cruzaram o Jordão e comeram o trigo da terra, do ano antecedente na terra prometida. O maná é descrito como sendo uma semente de coentro, da cor do bdélio. Era moído em moinhos ou triturado em pilão e assado em panelas ou feito em bolos. Tinha gosto de bolos feitos com mel (Êx 16:31); mas depois, quando as pessoas perderam o gosto por ela, ele parecia como o azeite fresco (Nm 11:6-9). O povo, infelizmente, murmurou porque não tinha nada para comer a não ser o maná.

O maná é figura do próprio Cristo, o Vaso do beneplácito (ou da boa vontade) de Deus e da graça celestial aqui na Terra – o Celestial em meio às circunstâncias terrenais. Ele é esta graça celestial agora para os Seus, para que a graça seja ministrada a eles para a jornada no deserto. Quando eles são vistos como estando na terra, isto é, como assentados nos lugares celestiais em Cristo, e entrando em espírito em sua porção celestial e eterna, então Cristo em glória, o centro de todos os conselhos do Pai, é seu alimento, como o “trigo da terra do ano antecedente” na terra prometida. O Cristão, cujo coração não está voltado para o propósito de Deus, cansa-se do maná e anseia, infelizmente, por outra comida, como os israelitas fizeram (Êx 16:15-35; Dt 8:3, 16; Js 5:12; Ne 9:20; Sl 78:24; Hb 9:4). Em Apocalipse 2:17 o Senhor promete dar ao vencedor na igreja em Pérgamo para comer do “maná escondido”, isto é, alguma doce comunhão secreta com Ele, conhecido na glória como Aquele que sofreu aqui.