JESUS, O SENHOR
[geral]
O Senhor Jesus é o nome pré-anunciado do Filho de Deus como Homem. Significa “o Senhor, o Salvador” (Mt 1:21). O que é revelado d’Ele historicamente pode ser assim dividido:
- Seu nascimento e primeiros anos até quando tinha aproximadamente 30 anos de idade.
- Seu batismo por João; Ele sendo ungido com o Espírito Santo e, consequentemente, o testemunho de João de que Ele era o Cordeiro de Deus, Aquele que batizava com o Espírito Santo – o Filho de Deus. Este testemunho atraiu, como para um novo centro, alguns dos discípulos de João. Posteriormente, e antes de entrar em Seu ministério público, Ele foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo.
- Seu ministério público, estendendo-se por um período de 3,5 anos.
- Seus sofrimentos e morte na cruz.
- Sua ressurreição e subsequente exaltação em glória.
- Gerado pelo poder do Espírito Santo, Ele nasceu da Virgem Maria, conforme predito em Isaías 7:14. Os detalhes deste maravilhoso evento são dados nos evangelhos de Mateus e Lucas. O primeiro evangelho registra o cumprimento da palavra profética de que Deus estaria presente com Seu povo, representada pelo nome Emanuel, “Deus conosco”. O último, que o bebê nascido de Maria era “o Santo”, chamado de “o Filho de Deus”. Por 30 anos Ele levou uma vida de humilde retiro, mas as referências da Escritura a este período mostram que Ele cresceu sob os olhos de Deus na perfeição da Humanidade, e ainda em consciente Filiação ao Pai, o Vaso da graça e sabedoria de Deus.
- Aos 30 anos Ele tomou Seu lugar no Jordão com o arrependido remanescente de Israel, entrando pela porta de acordo com a designação divina, e Ele cumpriu a justiça ao ser batizado por João. Ele foi imediatamente reconhecido por Deus ao ser selado com o Espírito Santo, como distinto de todos os outros batizados, e uma voz do céu declarou “Tu és o Meu Filho amado, em Quem Me comprazo”. (Mc 1:11). O evangelho segundo João, neste momento, mostra as questões importantes que pesavam sobre a verdade de Sua Pessoa. Tirar o pecado do mundo pelo Cordeiro de Deus, batizar com o Espírito Santo e Ele mesmo como uma atração poderosa e o Objeto destinado para os pecadores arrependidos. Os evangelhos de Mateus e Lucas registram que Ele foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo. Era necessário que o tentador do homem fosse vencido pelo Homem, e Jesus venceu todas as astutas ciladas de Satanás pelo poder espiritual da Palavra de Deus. Assim vencido, o diabo O deixou por um tempo.
- No poder do Espírito (o ministério preparatório de João Batista foi encerrado por meio de sua prisão por Herodes), Ele agora começou o ministério maravilhoso de palavras divinas e obras de graça e poder que nos são apresentados nos quatro evangelhos.
- Em Mateus, O vemos como a Semente da promessa, o Filho de Abraão, e como o Filho de Davi, o Herdeiro do trono do Senhor em Israel; Ele também é Emanuel, o Senhor de Israel.
- Em Marcos, Ele é visto como o Filho e Servo de Deus, agindo e falando por Deus em meio às circunstâncias de pecado e tristeza.
- Em Lucas, Ele é o Filho do Homem, mas de uma nova ordem de Humanidade, o Vaso da graça para o homem nas mesmas circunstâncias de pecado e tristeza.
- Em João, Ele é a Palavra, a Luz e a Revelação de Deus, mas Ele Se fez carne e habitou aqui, cheio de graça e verdade; e, como o Filho unigênito que está no seio do Pai, Ele declarou plenamente Deus, a Quem nenhum homem jamais viu.
Diz-se d’Ele que “andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do diabo”. Ele livrou o homem de toda opressão que o pecado havia trazido sobre ele. Ele pregou boas novas aos pobres e trouxe ao homem a luz de outra esfera – o reino de Deus. Também é dito sobre Ele, que “Deus estava em Cristo reconciliando o mundo Consigo mesmo, não levando em conta suas ofensas” (2 Co 5:19 – JND). Ele Se recusou a julgar, pois Ele veio para salvar. Ele perfeitamente apresentou Deus aos homens, e n’Ele, como Homem, Deus encontrou Seu deleite. Suas palavras eram as palavras de Deus (Jo 3:34), e o Pai que habitava n’Ele fez as obras (Jo 14:10). Sua presença entre os homens expôs os homens e revelou os pensamentos de muitos corações, e a sabedoria divina n’Ele detectou a religiosidade vazia, a infidelidade e o mundanismo do coração do homem. Como Enviado para fazer a vontade de Deus, Ele recebeu tudo o que veio a Ele, atraído pela graça do Pai. Ele os guiou e foi adiante deles como o Bom Pastor, os segurou em Suas mãos, garantindo-os assim para a vida eterna, e finalmente deu Sua vida pelas ovelhas. Na morte, Ele operou a redenção e por meio dessa obra deu efeito ao Seu ministério.
- Desde o início, Ele foi recusado pelos líderes de Israel, e “o mundo não O conheceu”. Do monte da transfiguração, onde Deus Lhe deu honra e glória, Ele desceu para sofrer nas mãos dos homens, embora Sua morte fosse de acordo com “o determinado conselho e presciência de Deus”. Por causa dessa inimizade do homem, Ele retirou-Se para além do Jordão até que chegasse o tempo em que os conselhos de Deus fossem cumpridos em Sua morte. Durante esse período, Ele visitou Betânia para ressuscitar Lázaro, mas novamente retirou-Se para o deserto até seis dias antes da Páscoa. Ele então Se apresentou a Sião como seu Rei, purificou o templo de Deus e julgou com sabedoria divina todas as questões pelas quais eles procuravam prendê-Lo. Então se aproximou a “hora” do homem e do “poder das trevas”. Jesus, sabendo que esta hora estava próxima, comeu a última Páscoa com Seus discípulos e instituiu a ceia do Senhor. Ele então cruzou o vale do Cedrom para o jardim do Getsêmani. Lá, Sua alma estava “profundamente triste até a morte” (Mt 26:38 – ARA) na expectativa do cálice que Ele tinha que beber, mas, na submissão que fluía de Sua perfeita concordância com a vontade do Pai, Ele recebeu o cálice das mãos do Pai e foi para o beber. Na cruz, o juízo de Deus quanto ao pecado foi totalmente executado; Deus foi glorificado quanto a isso, e a redenção foi realizada, portanto, um malfeitor moribundo que se voltou para Jesus poderia naquele dia estar com Ele no Paraíso. Ele entregou Sua vida, e o sangue e a água que fluíram de Seu lado morto testemunharam que a expiação e a purificação do homem são encontradas apenas em Sua morte. Sua morte também lançou a base justa para que Deus realizasse Seus conselhos com relação ao homem e cumprisse Suas promessas.
- Embora rejeitado aqui pelos homens, Ele foi “ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai” (Rm 6:4 – ARF) e “Deus O exaltou soberanamente e concedeu-Lhe um nome, o qual está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus todo joelho se dobre, dos seres celestiais, terrenais e infernais, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor para a glória de Deus Pai” (Fp 2:9-11 – JND). Como Senhor, Ele administra tudo para Deus de acordo com a redenção que Ele realizou, e o lugar que Ele assumiu na vida e glória de ressurreição. Ele está lá como o último Adão e o Segundo Homem, a Cabeça e Modelo de uma nova raça de homens. Ele também é o Advogado, Intercessor e Sumo Sacerdote em nome daqueles que creem n’Ele, que ainda estão em fraqueza na Terra e precisam de Seu apoio e ajuda.
Ele está assentado à direita de Deus até que Seus inimigos se tornem escabelo para Seus pés. É revelado que Ele descerá do céu, às nuvens, para receber os Seus para Si: os vivos transformados e os mortos ressuscitados em glória serão arrebatados para encontrá-Lo nos ares. Ele virá com todos os Seus santos para reinar onde antes Ele foi rejeitado. Ele purificará de Seu reino todo o mal e reinará em justiça, Rei da Justiça e Rei da paz. Ele finalmente, tendo destruído todos os inimigos, entregará o reino a Deus, sim, o Pai; e, como o Filho que assumiu a Humanidade, toma o lugar de sujeição Àquele que colocou todas as coisas sob Ele, para que Deus seja tudo em todos – Supremo em um vasto universo de bem-aventurança, sendo o Filho a Cabeça e Modelo de toda raça redimida e abençoada do homem.
Ele é o Juiz dos vivos e dos mortos, e todos os que fizeram o mal, Ele excluirá da presença de Deus, na miséria desesperada e desamparada preparada para o diabo e seus anjos. Ele terá, portanto, trazido à discussão toda a questão do bem e do mal. O bem estará garantido para sempre, e o mal estará em seu próprio lugar de miséria impotente.